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Coloração e Gravidez


Até pouco tempo nós cabeleireiros imaginávamos que coloração e relaxamento não podiam ser usados por mulheres grávidas, mas isso não era uma certeza pois ainda não havia um estudo científico sobre o assunto. A maioria dos médicos não permite que procedimentos químicos sejam feitos nos três primeiros meses de gravidez e uma boa parte não permite que sejam feitos em nenhum momento até o parto. Eu, particularmente, não realizo processos químicos como coloração, descoloração, relaxamento e progressivas (com ou sem formol) em mulheres grávidaz. Com esses estudo, as suspeitas da relação química capilar e gravidez estão começando a serem respondidas. Confira a matéria:

O uso de tinturas ou alisadores de cabelo durante os três primeiros meses de gravidez aumenta em quase duas vezes o risco de o bebê desenvolver leucemia nos primeiros dois anos de vida. Embora seja considerada uma doença rara, a leucemia atinge cerca de 5% das crianças nessa idade.

A conclusão é do primeiro estudo epidemiológico brasileiro que investigou o tema. O trabalho foi realizado pela Escola Nacional de Saúde Pública (ENSP) em parceria com o Instituto Nacional de Câncer (Inca) por mais de dez anos. Ao menos por enquanto, os dados sugerem que as mulheres não devem pintar os cabelos durante a gravidez.

O trabalho foi realizado em 15 centros de todas as regiões do País, exceto a Norte. Foram analisadas 650 mães: 231 com filhos diagnosticados com leucemia antes de 2 anos de idade e 419 mães controle sem filhos com câncer.

Segundo o biólogo da ENSP Arnaldo Couto, autor do estudo, das 231 mulheres cujos filhos tiveram leucemia, 35 (ou 15,2%) usaram produtos químicos no cabelo no primeiro trimestre da gravidez. Entre as 419 mães controle, 41 (ou 9,8%) utilizaram tinturas no mesmo período.

“O estudo mostrou que a doença não se manifestou ao acaso. Há uma associação significativa entre a exposição a tinturas e alisantes com o desenvolvimento de leucemia”, diz Couto.

Maria do Socorro Pombo-de-Oliveira, chefe do Programa de Hematologia e Oncologia Pediátrica do Inca, que coordena o estudo, confirma a importância do achado e afirma ter ficado surpresa com os resultados. “É a primeira vez que um trabalho olha para essa direção. Mas, como se trata de uma doença rara, o número de casos precisa ser confirmado em análises experimentais posteriores”, diz ela. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.